terça-feira, 1 de junho de 2021

3 milhões e meio de pessoas mortas por covid-10 em todo mundo.

 Covid-19: Pandemia já matou 3.551.488 pessoas em todo o mundo

Covid-19: Pandemia já matou 3.551.488 pessoas em todo o mundo


A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem inclusive considerado que o balanço da pandemia poderá ser duas a três vezes mais elevado que o oficialmente recenseado

Apandemia de covid-19 provocou pelo menos 3.551.488 mortos no mundo desde o anúncio feito pela Organização Mundial de Saúde sobre o surgimento da doença, na China, em dezembro de 2019, indica um balanço da agência noticiosa AFP.

 

De acordo com os dados obtidos hoje a partir de fontes oficiais, foram diagnosticados mais de 170.606.850 casos de infeção desde o início da pandemia. A grande maioria dos doentes recuperaram, mas uma parte ainda não totalmente avaliada conserva os sintomas durante semanas ou meses.

Os números baseiam-se nos balanços transmitidos diariamente pelas autoridades sanitárias de cada país. Excluem as revisões efetuadas posteriormente por diversos organismos de estatísticas, que concluem um número muito superior de mortos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem inclusive considerado que o balanço da pandemia poderá ser duas a três vezes mais elevado que o oficialmente recenseado. Uma parte importante dos casos menos graves ou assintomáticos também permanecem sem serem detectados, apesar da intensificação da despistagem em numerosos países.

Na segunda-feira, foram registados no mundo 8.264 novas mortes e 386.023 novos casos. Os países que registraram mais óbitos nos seus últimos balanços foram a Índia, com 2.795 novos mortos, o Brasil (806) e a Argentina (637).

Os Estados Unidos permanecem o país mais atingido em número de mortos e de casos, com 594.568 óbitos por 33.264.429 casos recenseados, segundo os dados da universidade Johns Hopkins.

Após os Estados Unidos, os países mais atingidos são o Brasil, com 462.791 mortos e 16.545.554 casos, a Índia, com 331.895 mortos (28.175.044 casos), o México, com 223.568 mortos (2.413.742 casos), e o Reino Unido, com 127.782 mortos (4.487.339 casos).

O Peru, que até segunda-feira contabilizava 69.342 casos relacionados com o novo coronavírus, reavaliou hoje o seu balanço em alta com base no trabalho de um conselho técnico em funções desde abril e composto por peritos peruanos e especialistas da OMS. Segundo estes peritos, o número real de mortos no país devido à covid-19 atingia no país 180.764 em 22 de maio, valor que não inclui os números diários fornecidos pelas autoridades de saúde peruanas.

Entre os países mais duramente atingidos pela pandemia, a Hungria é o que regista maior número de mortos em relação à sua população, com 308 mortos por cada 100.000 habitantes, seguida pela Bósnia-Herzegovina (282), República Checa (281), Macedónia do Norte (260) e a Bulgária (254).

Noticias:https://www.noticiasaominuto.com.br/mundo/1809578/covid-19-pandemia-ja-matou-3-551-488-pessoas-em-todo-o-mundo

quinta-feira, 27 de maio de 2021

Bolsonaro em ritmo de campanha para reinaugurar obras!

 Em ritmo de campanha, Bolsonaro cruza o país para reinaugurar obras

Em ritmo de campanha, Bolsonaro cruza o país para reinaugurar obras

Bolsonaro vem cruzando o país e reinaugurando obras que incluem até microponte de madeira

SALVADOR, BA, E MANAUS, AM (FOLHAPRESS) - O presidente Jair Bolsonaro visita nesta quinta-feira (27) São Gabriel da Cachoeira (AM), a 2.719 km em linha reta de Brasília. Na agenda oficial, consta a inauguração de uma ponte de madeira de 18 metros de comprimento e 6 metros de largura, em uma estrada de terra parcialmente transitável e pouco utilizada.

A ponte sobre o igarapé Ya-Mirim, a 85 km da sede de São Gabriel, já havia sido inaugurada em 2 março, em uma cerimônia que contou com a presença de cinco generais, entre os quais o comandante militar da Amazônia, Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira. O Exército realizou a obra.

Esta será a 22º cidade para onde Bolsonaro viaja neste ano para participar de solenidades oficiais. Em ritmo de campanha eleitoral, o presidente participou desde janeiro de inaugurações, incluindo outras obras já inauguradas, vistorias e atos simbólicos para entregas de títulos de propriedade de terra.

Em pelo menos quatro oportunidades, o presidente inaugurou novas pontes, sendo a menor delas a que foi reconstruída pelo Exército no Amazonas.

Para refazer a ponte em São Gabriel da Cachoeira, foram gastos 68,65 metros quadrados de madeira, pouco mais do que o necessário para a construção de uma casa popular. O serviço foi executado por 19 militares da 21ª Companhia de Engenharia de Construção.

A ponte faz parte de um programa de recuperação de 102 km da BR-307, que liga a cidade e a comunidades da Terra Indígena Balaio.

Quando foi construída, a rodovia federal terminava em Cucuí, povoado na fronteira com a Venezuela. Com a falta de manutenção, só metade da estrada está transitável. A via também é utilizada por yanomamis da região de Maturacá, que embarcam no igarapé Ya-Mirim para chegar até o seu território.

Bolsonaro deve visitar essa comunidade também, onde está instalado um pelotão de fronteira do Exército. O presidente deve gravar sua live no Facebook e pernoitar ali. É a sua primeira viagem a uma terra indígena desde que assumiu o cargo.

Esta não será a primeira vez neste ano que o presidente vai inaugurar uma obra que já foi previamente inaugurada.


quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Estado Para recebe vacinas da coronavac e sinovac!

 

Pará recebe mais 37.200 doses de vacinas CoronaVac/Sinovac


O carregamento chegou a Belém no final da noite desta quarta-feira e começará a ser distribuído na próxima sexta

Mais uma remessa de vacinas contra a Covid-19 chegou ao Pará, por volta das 23h15 desta quarta-feira (24). Desta vez, desembarcaram em Belém 37.200 doses da vacina CoronaVac/Sinovac, desenvolvida no Brasil pelo Instituto Butantan. Pela manhã já haviam chegado outras 61 mil doses de vacinas Oxford/AstraZeneca, totalizando 98.200 novas doses enviadas ao Estado.

O novo lote vai reforçar a quantidade de vacinas para os grupos prioritários, de acordo com o Plano Nacional de Imunização (PNI), do Ministério da Saúde. Os últimos ajustes para a distribuição já estão sendo feitos, para que as doses cheguem aos municípios a partir desta sexta-feira (26). O envio será feita por via terrestre, aérea e marítima, e contará com o apoio da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup).

Essa é a quinta remessa recebida pelo Pará, contabilizando 414.040 doses enviadas pelo MS ao Estado. Para o secretário de Estado de Saúde Pública, Rômulo Rodovalho, a chegada das novas doses é de suma importância para diminuir os casos da doença.

“A Sespa continua adotando todas as medidas necessárias para combater o aumento do número de casos da Covid-19 e garantir assistência à população do Pará. Transferências de pacientes, aumento do número de leitos nas áreas de maior necessidade, mudança de bandeiramento para restringir a circulação de pessoas, entre outras medidas, foram adotadas, mas é essencial que tenhamos vacinas, pois quanto maior a parcela da população imunizada, menos proliferação do novo coronavírus teremos”, ressaltou o titular da Sespa.

O carregamento de 61 mil doses de vacinas Oxford/AstraZeneca chegou ao Aeroporto Internacional de Belém por volta das 12 h desta quarta-feira (24).

 Mais vacinas - O Pará deve receber 1,5 milhão de doses de vacinas contra a Covid-19 até o dia 30 de março. A informação foi repassada pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, ao governador Helder Barbalho, durante reunião na última semana, em Santarém, no oeste paraense.

O governador anunciou na terça-feira (23) que vai comprar 3 milhões de doses de vacinas contra Covid-19 de laboratórios credenciados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de autorizar a aquisição de doses por estados e municípios.

 Calendário de chegada ao Pará dos lotes de vacinas já enviados pelo Ministério da Saúde:

- 18 de janeiro: 173.240 doses da CoronaVac/Sinovac

- 24 de janeiro: 49 mil doses da Oxford/AstraZeneca

- 25 de janeiro: 29.200 doses da CoronaVac/Sinovac

- 06 de fevereiro: 64.400 doses da CoronaVac/Sinovac.

- 24 de fevereiro: 98.200 doses da CoronaVac/Sinovac (37.200) e Oxford/AstraZeneca (61 mil).

 

 Noticias:https://www.agenciapara.com.br/noticia/25399

 

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

segunda chamada do prouni termina nesta quarta-feira !

 UnB foi a primeira universidade federal a adotar sistema de cotas raciaisUnB reserva vagas para negros desde o vestibular de 2004Percentual de negros com diploma cresceu quase quatro vezes desde 2000, segundo IBGEPrazo de matrícula da 2ª chamada do Prouni termina nesta quarta-feira

Termina nesta quarta-feira (24) o prazo para que os candidatos pré-selecionados na segunda chamada do Programa Universidade para Todos (Prouni), compareçam às instituições de ensino para confirmar as informações declaradas na inscrição e fazer a matrícula no primeiro semestre deste ano

Nesta edição, o programa oferece bolsas para 13.117 cursos em 1.031 instituições de ensino, em todos os estados e no Distrito Federal. Ao todo, mais de 162 mil bolsas foram ofertadas. Destas, 52.839 são para cursos na modalidade de educação à distância.


Quem não foi selecionado nas chamadas regulares tem ainda a oportunidade de participar da lista de espera. Para isso, o estudante deve manifestar essa intenção pelo site nos dias 1º e 2 de março. A divulgação do resultado da lista de espera sai em 5 de março e as matrículas deverão ser realizadas entre 8 e 12 de março.

O programa


O Prouni é o programa do governo federal que oferece bolsas de estudo, integrais e parciais (50%), em instituições particulares de educação superior. Para ter acesso à bolsa integral, o estudante deve comprovar renda familiar bruta mensal de até 1,5 salário mínimo por pessoa. Para a bolsa parcial, a renda familiar bruta mensal deve ser de até 3 salários mínimos por pessoa.

É necessário também que o estudante tenha cursado o ensino médio completo em escola da rede pública ou da rede privada, na condição de bolsista integral. Professores da rede pública de ensino também podem disputar uma bolsa e, nesse caso, não se aplica o limite de renda exigido aos demais candidatos.

É preciso que o candidato tenha feito a edição mais recente do Exame Nacional do Ensino Médio, tenha alcançado, no mínimo, 450 pontos de média das notas e não tenha tirado zero na redação. Excepcionalmente neste ano, os estudantes serão selecionados de acordo com as notas do Enem de 2019, uma vez que as provas do Enem 2020 foram adiadas em razão da pandemia da covid-19.

Noticias:https://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2021-02/prazo-de-matricula-da-2a-chamada-do-prouni-termina-nesta-quarta-feira

terça-feira, 5 de janeiro de 2021

divulgado cartão de confirmação do local da prova do Enem 2020

 Estudantes brasilienses concluem simulado do EnemColégio Setor Oeste, Asa Sul, Brasília, DF, Brasil 7/7/2016 Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília. Estudantes das redes pública e privada de Brasília participaram, nesta quinta-feira, doInep divulga cartão de confirmação com local de prova do Enem 2020

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) disponibilizou hoje (5) o cartão de confirmação de inscrição no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), por meio do qual os inscritos podem consultar o local onde devem fazer a prova.

O cartão está disponível desde o início da manhã, segundo o Inep. No documento, constam também informações como número de inscrição e o registro da hora e data do Enem. Consta, ainda no cartão, a confirmação de que o participante que pediu atendimento especializado será atendido. O mesmo serve para o inscrito que solicitou o tratamento pelo nome social.

O inscrito pode consultar o cartão na Página do Participante e também pelo aplicativo oficial do Enem. O Inep aconselha quem vai fazer as provas que imprima o documento e leve no dia de realização do exame, junto com o documento oficial com foto.

Segundo o Inep, o sistema tem funcionado sem problemas e algumas reclamações em redes sociais sobre dificuldade de acesso podem ter sido causadas por tentativas de acesso durante a madrugada, quando o cartão de confirmação ainda não estava disponível.

Datas

A atual edição impressa do Enem será nos dias 17 e 24 de janeiro. Num projeto piloto, o exame será realizado também numa versão digital para 100 mil inscritos, desta vez nos dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro. Ao todo, 5.783.357 inscritos foram confirmados.

 Em alguns casos específicos, como quando houver problemas estruturais no local das provas, o exame poderá ser reaplicado. As datas para isso são 24 e 25 de fevereiro. Nessas datas, as provas serão aplicadas também para as pessoas que estiverem privadas de liberdade. Em todas as situações, o resultado do Enem está marcado para ser divulgado em 29 de março.

As datas da atual edição do Enem foram divulgadas em junho, após o Ministério da Educação anunciar o adiamento do exame, que seria realizado em novembro, em razão da pandemia de covid-19. À época, estudantes fizeram campanha para que o governo ou o Congresso adiassem as provas.

Reaplicação por doença

Também poderá pedir para participar da reaplicação da prova em fevereiro quem estiver diagnosticado com covid-19, nas primeiras datas de realização das provas. A solicitação poderá ser feita na Página do Participante do Enem.

O mesmo serve para outras doenças infectocontagiosas. São elas: coqueluche, difteria, doença invasiva por Haemophilus influenza, doença meningocócica e outras meningites, varíola, Influenza humana A e B, poliomielite por poliovírus selvagem, sarampo, rubéola, e varicela.

O Inep orienta o participante que seja acometido por sintomas de qualquer dessas doenças no dia ou na véspera da realização do Enem a entrar em contato também pela Central de Atendimento, no número 0800-616161, de modo a agilizar a análise do caso.

Noticias:https://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2021-01/inep-divulga-cartao-de-confirmacao-com-local-de-prova-do-enem-2020

quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

Mortalidade por covid-19 entre indígenas é 16% maior

Mortalidade por covid-19 entre indígenas é 16% maior

Levantamento aponta que impacto do coronavírus é maior entre indígenas do que entre a população em geral. Sem plano do governo para protegê-los, agentes do Estado acabaram servindo como vetores do vírus para tribos.


A pandemia provocou até o momento a morte de 889 e a contaminação de 41.250 indígenas

A pandemia da covid-19 provocou até o momento a morte de 889 indígenas e a contaminação de 41.250 membros de 161 dos 305 povos originários que vivem no Brasil. A taxa de mortalidade entre a população indígena é de 991 por milhão, 16% superior à mortalidade geral no Brasil pela doença, hoje em 852 por milhão

O número de mortes de indígenas, atualizado até esta quarta-feira (09/12), é contabilizado pelo Comitê Nacional pela Vida e Memória Indígena, criado pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). A entidade lançou nesta quinta-feira (10/12) um relatório sobre como a covid-19 vem afetando os povos originários.

"A pandemia teve um impacto devastador nos povos indígenas. Não são apenas vidas, são memórias, lideranças com um histórico de luta pelos direitos de seus povos e de sua existência", afirma à DW Brasil Dinamam Tuxá, membro do povo Tuxá e da coordenação executiva da Apib.

Além do vírus, ele afirma que os povos indígenas tiveram que enfrentar neste ano ações do governo federal prejudiciais às tribos, omissão de órgãos públicos na elaboração e execução de planos para conter a pandemia nas comunidades e uma alta de 9,5% do número de invasões às suas terras, se comparado a igual período do ano passado.

 A rota de contaminação

O primeiro caso de covid-19 entre os povos indígenas, confirmado em 8 de abril, foi o de uma mulher de 20 anos do povo Kokama, na região do Alto Rio Solimões, no Amazonas, que trabalhava como agente indígena de saúde.

A infecção ocorreu após um médico da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), órgão do Ministério da Saúde responsável pelo atendimento nas terras indígenas, passar as férias em São Paulo e voltar àquela região em 25 de março para atender os indígenas, segundo o relatório da Apib.

O profissional estava com covid-19 e deu início a uma cadeia de contaminação na população local. A doença havia sido caracterizada como pandemia pela OMS em 11 de março, e em 20 de março o governo já havia confirmado a transmissão comunitária no país. Hoje, os Kokama são o segundo povo mais atingido pela covid-19, com 58 mortes e milhares de contaminados.

Também foram integrantes da Sesai que levaram o vírus a tribos que praticavam isolamento voluntário e de recente contato no Vale do Javari, no Amazonas, e no Alto Rio Puru, no Acre, segundo a Apib. Na região do Parque Tumucumaqui, na divisa entre o Amapá e o Pará, o vírus chegou aos indígenas locais por meio de equipes do Exército, afirma a entidade.

 O governo como vetor

Agentes do Estado acabaram servindo como um dos principais caminhos do vírus para os povos indígenas devido à falta de uma política estruturada de prevenção, que exigisse testes PCR e quarentena das pessoas que estivessem a caminho de terras indígenas, afirma a médica Mariana Maleronka, professora da Faculdade de Ciências da Saúde Albert Einstein e consultora do Conselho Nacional dos Direitos Humanos para saúde indígena.

Ela diz que o plano da Sesai para fazer a contenção da pandemia foi divulgado com atraso e era falho. "Não tinha indicador nem meta, e nenhum tipo de organização que pudesse dar conta do desafio de enfrentar a pandemia de uma população supervulnerável que está em área remota", afirma. Um dos erros do órgão foi usar testes rápidos de sorologia, que indicam se a pessoa já teve a doença, em vez do teste PCR, que mostra quando a pessoa está infectada.

A Apib também se opôs ao envio de missões governamentais a territórios indígenas com o objetivo de fazer relações públicas. Em 30 de junho, uma comitiva com o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e o coordenador da Sesai, Robson Santos Silva, deslocou-se até a Terra Indígena Yanomami, o que "desrespeitou a decisão dos indígenas pelo autoisolamento" e atraiu cerca de 20 jornalistas. A missão entregou 33 mil comprimidos de cloroquina à unidade de saúde dos Yanomami, medicamento sem eficácia comprovada contra a covid-19.

Em alguns povos indígenas, a contaminação se deu por meio de membros dessas comunidades que trabalham em frigoríficos próximos e contraíram a doença de colegas de trabalho. Foi o caso da Terra Indígena Oco'y, no Paraná, da Terra Indígena Xapecó, em Santa Catarina, e na Reserva Indígena de Dourados, no Mato Grosso do Sul.

Recurso ao Supremo não resolveu

Diante da falta de um plano do governo para proteger os povos originários da contaminação, a Apib, em conjunto com seis partidos políticos (PSB, Psol, PCdoB, Rede, PT e PDT), moveu em 1º de julho uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para exigir que o governo adotasse medidas de contenção da pandemia nesses povos.

O ministro relator da ação, Luís Roberto Barroso, determinou, uma semana depois, que o governo estabelecesse barreiras sanitárias para isolar os indígenas, a criação de uma sala de situação para avaliar a evolução da pandemia nesses povos e a retirada de invasores das terras indígenas, entre outros pontos. A decisão foi depois confirmada pelo plenário da Corte.

O governo, porém, não apresentou um plano eficaz para implementar a ordem judicial. Em 29 de julho, a gestão federal entregou um plano que, segundo especialistas convidados pelo STF, tinha erros conceituais que poderiam acelerar a pandemia, em vez de contê-la, e o texto acabou rejeitado.

Em 31 de agosto, Barroso homologou parcialmente um plano do governo para erguer barreiras sanitárias. A segunda versão geral do plano, porém, foi rechaçada pelo ministro em 22 de outubro, por ser "genérico e vago", e ele determinou a realização de um novo texto até o dia 23 de novembro.

Em 1º de dezembro, Barroso proferiu uma nova decisão, novamente determinando que o governo implemente barreiras sanitárias para o enfrentamento da covid-19 em territórios indígenas onde elas ainda não haviam sido erguidas.

Tuxá, da Apib, afirma que o governo não vem cumprindo as determinações do Supremo e que algumas barreiras sanitárias que haviam sido implementadas já foram desfeitas.

"Ficamos à mercê de uma política de Estado, e essa política nunca chegou. O que houve foram algumas mobilizações dos próprios povos para amenizar o problema", afirma. Ele diz que a inércia "agravou" a pandemia nas terras indígenas e que o governo inclusive "fomentou a contaminação", ao não se opor com veemência à invasão de terras indígenas, que também acabam expondo os povos ao vírus.

Segundo Tuxá, o ritmo de contaminação entre os indígenas não teve redução significativa ao longo do ano, como ocorreu no país como um todo até o início de novembro, e os povos enfrentam neste momento alta no número de casos devido ao afrouxamento de controles.

 Divergência sobre os dados

Os números de indígenas mortos e contaminados pela covid-19 são reunidos pela Apib com o apoio de povos indígenas, organizações regionais em todo o país, secretarias municipais e estaduais de Saúde.

A Apib decidiu fazer sua contabilidade própria pois os números oficiais da Sesai consideram apenas os indígenas que moram em terras indígenas homologadas, deixando de fora os que vivem em territórios tradicionais não homologados ou em áreas urbanas. A Apib também afirma que os dados da Sesai não são disponibilizados na íntegra, o que dificulta o seu uso.

O último boletim da Sesai, de quarta-feira (09/11), registra 496 mortes e 35.431 casos de covid-19 entre os povos indígenas. A DW Brasil entrou em contato com o órgão na terça-feira para que apresentasse as suas ações e avaliasse evolução da pandemia entre os indígenas, mas não obteve resposta.


Noticia: Dw.com



 

quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

"O que é importado não é o racismo, mas discursos de racistas"

Para Silvio Almeida, autoridades brasileiras "tropicalizam" ideias propagadas por racistas no exterior. Negacionismo em relação à violência cotidiana contra negros contribui para manutenção do racismo no Brasil, diz.

"Protestos antirracistas tendem a aumentar à medida que não houver respostas eficazes", diz Silvio Almeida


Nesta semana, o jurista e filósofo Silvio Almeida foi classificado como um "detrator". Seu nome apareceu numa lista elaboradora por uma empresa contratada pelo governo federal, a pedido do Ministério da Economia, como um influenciador crítico à gestão do presidente Jair Bolsonaro.

Sua resposta veio de forma irônica, pelo Twitter – onde ele é seguido por mais de 250 mil usuários. "Acabo de saber que meu nome foi incluído em um relatório produzido a mando do Ministério da Economia. Minha grande preocupação agora é: em qual lugar do currículo Lattes devo colocar esta honraria?", escreveu, fazendo referência à plataforma acadêmica que serve como repositório de currículos de pesquisadores brasileiros.

Professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie e da Fundação Getúlio Vargas, ambas em São Paulo, e pesquisador visitante da Universidade Duke, nos Estados Unidos, Almeida é uma importante voz contemporânea nas discussões antirracistas no Brasil. Ele preside o Instituto Luiz Gama, organização não governamental que luta pela defesa dos direitos e garantias de negros e minorias, e é autor do livro Racismo Estrutural, publicado no ano passado.

Ele conta que, ao ver as notícias sobre o espancamento até a morte de João Alberto Freitas num supermercado Carrefour de Porto Alegre no último dia 19, ficou "absolutamente sem reação".

Em meio às repercussões após o crime, Almeida incomodou-se com a maneira como Bolsonaro, e o vice, Hamilton Mourão, buscaram negar a existência de racismo no Brasil, classificando a questão como uma causa "importada”.

"O que está sendo importado, na verdade, não é o racismo, mas os discursos feitos pelos racistas em outros lugares e que, agora, são tropicalizados a partir da experiência brasileira e das autoridades brasileiras", afirma o pesquisador em entrevista à DW Brasil. "Se está havendo importação, essa importação está sendo feita por aqueles que não se importam com o racismo no país."

DW Brasil: Na última terça-feira (01/12), se tornou pública uma "lista de detratores", produzida a mando do Ministério da Economia, com jornalistas, professores e influenciadores que seriam contrários ao atual governo. Seu nome constava nela. Como o senhor se sente em relação a isso?

Silvio Almeida: Um sentimento misto. Por um lado, me faz pensar que estou do lado certo da história, da vida, da democracia. Do lado do povo brasileiro, do lado daqueles que lutam por igualdade, dando orgulho aos nossos ancestrais e aos meus companheiros e companheiras.

Ao mesmo tempo, vejo isso com muita apreensão, porque sou um homem negro neste país. Então, fica um temor pela segurança da minha pessoa, da minha família, dos meus amigos. E também, por conta do meu país, um temor por saber que estou vivendo sob um governo de pessoas que são autoritárias, pessoas que não têm nenhum apreço pela democracia. Isso é algo assustador.

A partir deste mês, a Fundação Palmares, entidade do governo federal, oficialmente atualizou a lista dos homenageados pela instituição. Quase 30 nomes deixaram de ser considerados "personalidades negras", entre eles Gilberto Gil, Martinho da Vila e Madame Satã. Entram outros, como Mussum e o policial do Bope Rostan Honorato da Silva. Como o senhor avalia essa mudança?

Há certas ocasiões na vida em que atos aparentemente de afronta, atos que querem nos diminuir acabam nos engrandecendo. Esse é um ato de engrandecimento, porque tem lugares em que é melhor não estar, diante de certas circunstâncias. Acredito que, daqui a um tempo, a história vai reservar um lugar bastante apropriado para todos os atores dessa circunstância, esta peça que está sendo desenvolvida. Só isso que tenho a dizer. Quero expressar meu respeito, minha admiração ainda maior por todas as pessoas que foram retiradas dessa lista.

Como o senhor soube do assassinato de João Alberto Freitas, um homem negro, num Carrefour de Porto Alegre? Qual foi a sua reação?

Soube do caso pela televisão […] quando vi mais uma vez um ato de violência e, mais uma vez, um caso de violência racista. Vi tudo aquilo com muito choque. Não houve primeira reação. Fiquei absolutamente sem reação. Foi muito brutal, muito chocante.

Qual sua leitura sobre os protestos que surgiram em consequência ao assassinato?

São absolutamente fundamentais. Dão índice de que não perdemos a capacidade de indignação. Os protestos tendem a aumentar à medida que não houver respostas eficazes que possam interromper esse ciclo de violência institucional, que é estrutural no nosso país. Precisamos caminhar para a construção de respostas eficientes ao problema da violência, e os protestos, eles vão se intensificar à medida que essas respostas não forem dadas.

A sociedade brasileira está conseguindo compreender que há, sim, racismo no Brasil?

O debate ganhou força e está sendo travado de uma forma sofisticada. Estamos conseguindo discutir o racismo para além das questões individuais, para além de discutir relações interpessoais. Estamos discutindo mais o racismo do que o racista. É importante entender que é o racismo que forma o racista, que permite dar espaço para o ódio. O racismo é um processo social, político, histórico.

Pensar em racismo estrutural necessariamente é estabelecer um pensamento crítico, que nos leva a pensar não apenas nos contornos analíticos do problema, mas também pensar em formas de ação. Acho que este é o próximo passo. Está havendo também muitas vezes uma distorção do conceito de racismo estrutural para dar guarida à irresponsabilidade de certos indivíduos. Entendemos que o racismo é algo que nos atravessa independentemente da consciência, ele nos constitui, nos molda. Mas à medida que sabemos disso, temos responsabilidade inclusive por nossos atos individuais. Precisamos ficar mais atentos. A responsabilidade aumenta, não diminui.

De que forma discursos como o do vice-presidente Mourão, que disse que não existe racismo no Brasil, que "é uma coisa que querem importar", fortalecem comportamentos racistas da sociedade?

[Pronunciamentos assim] são fundamentais para o fortalecimento do racismo, porque é uma postura negacionista de uma violência que é cotidiana. É como se houvesse um beneplácito do Estado brasileiro, por meio de suas autoridades, para que essa violência continue, permaneça.

Acho que um dos componentes para a manutenção do racismo no Brasil é o negacionismo. Esse discurso de importação é um discurso antigo, velho, que não quer reconhecer que os seus problemas são seus, ou seja, que o Brasil é um país onde todos os índices e dados estatísticos mostram que população negra é, sim, discriminada, não lhe é dada condição de exercer os direitos garantidos. Mas o governo atual não gosta muito de ciência, não gosta muito de nada que lembre dados e realidade. Isso de dizer que é um problema importado é uma forma de blindar os racistas e o racismo.

No Dia da Consciência Negra, o presidente Bolsonaro também negou a existência de racismo no Brasil e disse ser "daltônico", como forma de ressaltar que não vê diferença entre as etnias…

Em inglês daltonismo é color blindness [cegueira à cor]. Há uma grande discussão hoje das teorias acerca das relações raciais sobre como o discurso racista vai ganhando novas formas, e uma das formas é justamente o discurso do color blindness. Porque isso permite que situações de desigualdade e discriminação sejam vistas apenas como atos isolados, e não como resultado de uma clivagem racial.

O que está sendo importado, na verdade, não é o racismo, mas os discursos feitos pelos racistas em outros lugares e que, agora, são tropicalizados a partir da experiência brasileira e das autoridades brasileiras. Se está havendo importação, essa importação está sendo feita por aqueles que não se importam com o racismo no país.



Noticia: Dw.com