CALOTES PATROCINADOS
Publicamos novamente
o texto, oportunizado pela instalação da CPI DO CALOTE na Câmara de
Parauapebas. Alertamos que enviados para todos os vereadores da CPI esse texto
e não recebemos retorno. O que nos preocupa haja visto a desinformação geral
dos mesmos sobre essa realidade e a profundidade desses golpes nas contas da
mineradora. É o foco técnico, a prova cabal de que eles não acontecem por
acaso. Sabemos que não temos em Parauapebas dados econômicos confiáveis,
vivemos baseados em dados dos censos do IBGE e pleiteamos há mais de doze anos
uma Secretaria de Assuntos Econômicos, justamente ligado aos vereadores para
que possam nivelar seu discurso com o enorme potencial econômico da cidade. Estamos
à disposição como consultoria dessa CPI. Não podem fingir que não existimos,
nós com mais de quatro milhões de acessos e tendo justamente como clientes
grandes empresas e vereadores.
Sempre
analisamos os golpes no comercio local e as juntas do trabalho sempre lotadas:
é a estratégia econômica da VALE, gerar riqueza para abater no preço
internacional do minério, tornando-o mais competitivo frente a transferência
liquida de riqueza dos seus fornecedores para seu estoque de capitais e
produtos.
Estudamos
as diversificadas formas da poderosa mineradora quebrar seus prestadores de
serviços ainda na década de 90, quando a Integral, à frente Pavão (o vereador
ainda quase menino) e seu patrão, Valmir da Integral me contatou em Carajás
para descobrir porque não ganhavam dinheiro de jeito nenhum trabalhando para a
Vale.
Analisando
os contratos descobri naquele tempo detalhes preocupantes: a – num ambiente de
inflação galopante a VALE acertava contratualmente a média dos três últimos
meses, numa atitude de perversidade técnica, obrigando as empresas entregarem o
patrimônio de seus proprietários na forma de reposição inflacionária, b- o
gerenciamento de recursos, na época as ferramentas e outros materiais eram
fornecidos pela VALE, que impunha a lotação de pessoal nos seus pátios e os
mesmos ficavam esperando a liberação de ferramentas e materiais, num caos
gerencial comandado pelo escalão mineiro e o qual cedia para quem os “agradasse
mais” e c) como os atrasos no deposito das notas fiscais, cujos fornecedores
ficavam malucos e os empregados nunca sabiam quando receberiam por seus
serviços.
Os
tempos passaram, veio a ISSO 9000 e muito arranjo foi feito, muito esforço
entregue, mas a perversidade de homens magoados não mudou.
Fazendo
nova análise de como uma mineradora de classe mundial, com sucessivos recordes
de produção e embarques poderia permitir no seu quintal tamanho desrespeito com
sua principal cadeira de suprimentos – a social, pois são empresas instaladas
aqui, na sua cidade, fizemos a descoberta mais cruel e paralisante: havia uma
estrutura de calote, em que a companhia aplicava pesadas multas e cobrava no
faturamento, além de atrasar pagamentos, alternando atas a seu bel prazer e
insistindo em não pagar as empresas por até 60% de sua produção, forçando-as a
irem embora sem entregar o contratado, ficando o calote e o descrédito das
mesmas.
O
calote não é culpa das empreiteiras. O calote é dado pela VALE através das
empreiteiras, como explico detalhadamente no meu livro MANUFATURA: contrato
pelo menor preço, pagar sempre uma parte maior dos serviços pelo menor preço, a
contratada não consegue honrar seus compromissos, ela a despensa e contrata
outras, que dá prosseguimento. Uma obra de 1000, sai ao final de três empresas,
por apenas 600 a 800.
Esse
ganho é incorporado na produção, reduzindo custos e barateando o produto
minério. É uma forma covarde e impressionante de gerenciamento da produção
mineral, pela desumanidade e sandice.
Posso
apresentar o quadro detalhado desse recurso espúrio para a CPI, passa da hora
da cidade ajustar suas contas com a VALE.
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