A câmara de vereadores, não se
posicionado conquanto casa de lei em relação aos acontecimentos policiais
contra o executivo, demonstra que é apenas isto – parte do esquema fraudulento
que permeou este últimos anos a política e a ação executiva em Parauapebas.
Interessante
notar que, a ação pública, aberta e escandalosa da policia federal, isolando salas, colhendo
documentos, investigando as ações administrativas que podem resultar em crimes com prisão em regime fechado para o
prefeito municipal e secretários de governo, não tenha provocado nenhuma
comunicação dos candidatos, nenhum posicionamento formal ou oficial da classe política de Parauapebas e sua elite econômica. É interessante, no mínimo a população deve por as
barbas de molho. Vem mais policia ai, vem mais crimes ai, vem mais sacanagem
contra nossa confiança por ai.
Porque eles não emitem comunicados, não tomam
posição, não se exponhem? Todos estão seguramente esperando dinheiro para suas campanhas. Apoio do
prefeito. Um apoio que não poderá vir. Não tem mais de onde tirar. Não se tem
contratos, e há o pedido de suplementação orçamentária, que os vereadores
jamais poderão permitir. É a maior crise da história política e econômica de Parauapebas.
Conduzida por políticos velhos, cujas campanhas apenas repetem refrãos antigos,
sampleados ou feitos por falsos poetas, tão fakes como os próprios, não
saberiam mesmo se posicionar sobre fato histórico e pitoresco da nossa cidade.
É
a primeira vez em 26 anos que a policia toma de assalto a sede do poder
municipal e leva documentos. É a primeira vez, em 26 anos que a policia, não
qualquer policia, mas a policia federal, avança sobre a cidade e sequestra
documentos e evidencias que podem levar a prisão o chefe do executivo
municipal. Será que todos se deram conta que não podemos mais permitir ou fazer política como antigamente na rica capital do minério?
Crimes
foram perpetrados contra a coisa pública. Valmir, na sua inocência de primeiro
mandato cedeu aos grupos próximos que ativamente trabalharam contra seus
antigos aliados. Isolado por dentro de casa e por dentro do poder, o prefeito,
desconhecendo as armadilhas, deu guarida para o principal articulador delas que
ainda vai responder, o Sr. Vanterlor, Sr. Marconi e asseclas. Esta tragédia que se abate
sobre este governo, é a tragédia geral da cidade de Parauapebas, de todos os
políticos que aqui fazem seu métier. Novos métodos precisam ser inventados.
Este silencio bem diz o que sentimos: perplexidade ou comunhão. Alguns estão
ainda perguntando, como vamos tirar vantagem. Não há mais vantagens a serem
buscadas. Com estas investigações o cofre secou. Valmir não é louco de prometer
mais, de dar mais o que já não se tem. Os contratos vigentes serão auditados, é
uma questão de tempo, de pouco tempo.
É
o momento das forças políticas pararem e refletirem o que queremos para nossa
cidade. O que queremos para nossos filhos e
futuro. Da forma como está, todos os políticos e lideranças que estão
caladas, usando o silencio como escudo, são na verdade cúmplices de uma
historia, de uma situação e momento que definitivamente não queremos mais para
nossa cidade.
É
momento sábio para a campanha do candidato do governo parar. Senão fica
parecendo um trocadilho com as massas, com a população sofrida, humilhada nos
postos de saúde e nas filas de Parauapebas. Não se pode apoiar candidatos,
tentar publicamente promover alguém, com as barbas de molho, com a policia no
seu encalço, investigando. Se fosse apenas a policia. Mas temos o MPF, o MPE,
os grupos independentes, o Tribunal de
Contas, todos os insatisfeitos e/ou traídos por este governo e pelo afã de
Valmir da Integral em fazer mais rápido, em rasgar as leis, em atender grupos
que apearam de paraquedas no seu governo. Em decidir sem razão, de fazer sem
compreender o que se estava fazendo, em
ouvir grupos de fora, sempre safos, sabidos demais e sábios de menos. Todos vão
tirar o corpo fora. Ficará apenas Valmir da Integral e sua chance histórica e
divina de reparar erros e exageros de uma vida inteira.
Quando
alguém muito próximo a ele, uns vinte dias após a posse e percebendo o
afastamento e a posse exacerbada que ele teria desse cargo transitório, me
procurou para “tirar o prefeito”. Meu conselho foi, dê-lhe o beneficio da
dúvida, poderá ser o maior governo da
nossa historia. Não fosse as ilegalidades, um trabalho pautado pelo ilegal,
Valmir teria sido o maior mandatário dessa província. Agora tropeça nos
próprios passos. É uma pena, mas precisa compreender que precisa sair e
sobreviver. Não tem mais governo, os antigos aliados ficarão muito caros, aos
poucos o que resta de sua autoridade vai
esvair-se entre os dedos. As investigações, pelo volume das denuncias e evidencias,
vão acabar respingado em todos seus aliados e, pela nova lei da corrupção,
empresários envolvidos serão chamados, poderão ter suas empresas encerradas, há
pena de prisão, de privação da liberdade. Nestes dois anos de governo, foram
perto de 2 bilhões de reais gastos, significativo volume utilizado sem o
necessário processo licitatório. A situação é muito seria, precisa de um gabinete
de crise e não ficara impune, foi-se muito longe nos exageros praticados.
Se
a câmara de vereadores não se posicionar, a comunidade tomara providencias,
vereadores serão destituídos e presos. Logo a imprensa nacional e internacional
estará aqui, quando se fazer a conexão da VALE em negócios com esta gestão – a
ampliação da estrada, os investimentos da VALE aqui. Quando seu Conselho de
Administração souber, cabeças vão rolar em Carajás e Rio. Logo os investidores
internacionais estão a par dos acontecimentos e haverá pressão investigatória.
As imagens da reunião do Murilo Ferreira com Valmir vão ganhar manchetes e se
discutirá o envolvimento da empresa com a gestão local.
Os
mais afetados serão os vereadores sem posicionamento, que estão aproveitando
das fragilidades de Valmir. Estes serão julgados por seus pares e seus
eleitores. Pelo seu silencio covarde, pela sua ignomínia. Colocando cargos que
ocuparam temporário e precariamente, a soldo do desgoverno e da corrupção,
agora escancarada. Não será um cenário de paz. Para ninguém. Lamentamos profundamente.
Finalmente
Valmir estará sendo julgado pela sua covardia, hesitações e “maldades”. Não muito
piores do que, as “maldades” daqueles que o cercaram e se julgaram reis
blindados, acima de qualquer ustiça ou ação cotidiana.